Conforme
a Mitologia Grega, Ícaro juntamente como seu pai Dédalo, um notável arquiteto, foram
responsáveis por construir um labirinto em Creta a mando do Rei Minos para
aprisionar o Minotauro.
Posteriormente,
após Teseu ter matado o temível monstro, Dédalo e Ícaro foram condenados a
ficar presos na obra que tinham projetado.
Inconformados
com esta situação decidiram fugir de Creta. Para tanto, sendo dois grandes
inventores, utilizando cera das abelhas e penas de gaivotas, construíram asas.
Apesar
de Dédalo ter instruído Ícaro a não se aproximar do sol, pois este poderia derreter
a cera e tampouco do mar, pois poderia deixar as asas mais pesadas, o jovem não
ouviu os sábios conselhos. Desejando chegar mais próximo ao sol, viu suas asas
derreterem e caiu no mar Egeu, vindo a falecer para desespero do seu pai que
continuou voando.
A
Mitologia Grega possui diversas histórias que trazem consigo grandes
ensinamentos.
Certamente
muitos acreditarão que a tragédia de Ícaro teria acontecido simplesmente por
ser ele um jovem.
Na
verdade, creio que a idade não seja o fator predominante. Talvez tenha ele se
imaginado uma pessoa perfeita, que jamais erraria, um ser acima de tudo e
inatingível. Trata-se de um grande erro julgar-se mais forte do que realmente se
é, uma vez que isso pode levar o homem a sucumbir-se diante dos obstáculos
impostos pela vida.
Na
verdade, Ícaro foi vítima de sua impetuosidade, fata de humildade e, sobretudo,
do seu orgulho.
Deixar
o orgulho falar mais alto é o primeiro passo para ser derrotado pela vida e,
consequentemente, ser jogado num mar de desespero e angústia. Santo Agostinho
em duas passagens expõe que o orgulho é a origem de todas as fraquezas de um “ser”
e que aquele é capaz de transformar anjos em demônios.
A
vida nos oferta diversas possibilidades de não sermos o Ícaro da Mitologia. Devemos
conhecer nossas fraquezas e recomeçar. Pois como bem disse Santo Agostinho, ao
contrário do orgulho, a humildade é capaz de transformar todos os homens em
anjos.