segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não seja Ícaro



Conforme a Mitologia Grega, Ícaro juntamente como seu pai Dédalo, um notável arquiteto, foram responsáveis por construir um labirinto em Creta a mando do Rei Minos para aprisionar o Minotauro.

Posteriormente, após Teseu ter matado o temível monstro, Dédalo e Ícaro foram condenados a ficar presos na obra que tinham projetado.

Inconformados com esta situação decidiram fugir de Creta. Para tanto, sendo dois grandes inventores, utilizando cera das abelhas e penas de gaivotas, construíram asas.

Apesar de Dédalo ter instruído Ícaro a não se aproximar do sol, pois este poderia derreter a cera e tampouco do mar, pois poderia deixar as asas mais pesadas, o jovem não ouviu os sábios conselhos. Desejando chegar mais próximo ao sol, viu suas asas derreterem e caiu no mar Egeu, vindo a falecer para desespero do seu pai que continuou voando.

A Mitologia Grega possui diversas histórias que trazem consigo grandes ensinamentos.

Certamente muitos acreditarão que a tragédia de Ícaro teria acontecido simplesmente por ser ele um jovem.

Na verdade, creio que a idade não seja o fator predominante. Talvez tenha ele se imaginado uma pessoa perfeita, que jamais erraria, um ser acima de tudo e inatingível. Trata-se de um grande erro julgar-se mais forte do que realmente se é, uma vez que isso pode levar o homem a sucumbir-se diante dos obstáculos impostos pela vida.

Na verdade, Ícaro foi vítima de sua impetuosidade, fata de humildade e, sobretudo, do seu orgulho.

Deixar o orgulho falar mais alto é o primeiro passo para ser derrotado pela vida e, consequentemente, ser jogado num mar de desespero e angústia. Santo Agostinho em duas passagens expõe que o orgulho é a origem de todas as fraquezas de um “ser” e que aquele é capaz de transformar anjos em demônios. 

A vida nos oferta diversas possibilidades de não sermos o Ícaro da Mitologia. Devemos conhecer nossas fraquezas e recomeçar. Pois como bem disse Santo Agostinho, ao contrário do orgulho, a humildade é capaz de transformar todos os homens em anjos.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Solidão versus gratidão



Por mais que você passe por diversos enfrentamentos e em muitos momentos sinta que não conseguirá, lembre-se de que você nunca estará sozinho!

Orson Welles, grande cineasta americano, responsável pelo excelente Cidadão Kane, expôs que a solidão acompanha o ser humano desde o nascimento até a sua morte. A fuga deste limbo seria somente uma ilusão, criada a partir do momento que nos encontramos envoltos pelo amor e pela amizade.

Por vezes, indaguei-me acerca deste posicionamento, o qual creio não ser em sua totalidade verdadeiro.

No que se refere esta solidão “natural”, partindo das ideias de Rosseau, podemos concluir que é parte do instinto humano ser individualista, o que não o levaria facilmente a qualquer vida social. Para viver em sociedade é preciso razão ao homem natural. Segundo o nobre filósofo, o homem natural é anti-social, mas porém, é associável, ou seja, não é totalmente avesso, é inclinável.

Apesar da análise de Rosseau tender-se a uma questão política, dela podemos depreender que diversos fatores levam o homem a fugir de sua solidão “natural”.

Welles, agradeço pelas obras de arte mas, com todo respeito, discordo da parte “ilusão”. O amor e a amizade nos fazem ver que a solidão é um castigo.

A fuga da solidão não é uma ilusão, trata-se de uma necessidade humana.

Fugindo um pouco do lado estudioso e caindo no que é mais belo: uma visão poética; chegamos ao ponto de que, a própria vida, se encarrega de derrubar este lado “natural” do homem. Ela às vezes, desafia, impõe dores que somente nós entendemos, são espinhos que por mais que tentamos expressar, nunca conseguiremos.

Mas, ao mesmo tempo que ela nos põe frente a grandes montanhas, sempre surgem pessoas que nos ajudam a chegar próximo ao cume, mãos para nos segurar quando se esta caindo ou um abraço que nos aperta forte quando nos sentimos tão fracos. Como diria Machado de Assis: “Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir. Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende. Amigo a gente sente!”

O problema é que muitas pessoas não reconhecem isso. Com o tempo descobri que a ingratidão é o pior veneno para toda e qualquer relação, inclusive a amizade.

A vida ensina que devemos cuidar das pessoas que conquistamos, aquelas responsáveis por nos mostrar que a solidão é uma prisão, pois: “a gratidão é o único tesouro dos humildes.”

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sim, é possível!



Dentre os diversos paradoxos propostos pela vida, encontra-se o olhar do ser humano. Ao mesmo tempo em que lhe é possível carregar uma imensidão de mensagens, pode-se defini-lo, muitas vezes, dada sua inocência, através de pouquíssimas palavras.  

Como poderia algo tão importante ter relação com simplicidade?

Em virtude do ser humano, diariamente, afogar-se no mar de egoísmo, pessimismo e futilidade, posto pelo mundo contemporâneo, os sinais ligados à candura, para muitos, tornaram-se vulgares e pífios.

Porém, na verdade, o gesto por mais simples que seja, carrega sinceridade!

Enquanto a boca pode mentir ou, até mesmo, ocultar os mais doces fatos, o olhar, não. Os olhos são as janelas da alma. Refletem sentimentos, boas vibrações, energia, felicidade, verdade e intensidade. Enfim, as mais intrínsecas e puras verdades de um ser humano.

Conversa-se e convive-se com cada vez mais pessoas, ao mesmo tempo em que, menos se conhece aquele que está próximo. O ser humano tem esquecido que a espantosa realidade das coisas se dá nas descobertas diárias.

Os caminhos dificultosos, as decepções, os resultados inesperados ou não merecidos, que muitas vezes são impostos pela vida, podem ser abrandados quando, depara-se com um olhar sereno e amigo.

O banhar-se de esperança, aliado ao encontro de um olhar acalentador, são partes integrantes da receita da felicidade.

O olhar, também pode ser um elo entre as pessoas. Ele pode ser o responsável por carregar uma imediata empatia. O pousarem-se os olhos, de forma doce e sincera, fascina!

Disse o poeta: “Quero ter ouvidos de ouvir e olhos de ver”!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

É



Avisto-te no romper da aurora,
no eterno aroma do agora
e no sabor incerto do futuro.
Descubro-te entre lágrimas,
nas desbotadas cores do isolamento,
no silêncio da música que me alimenta,
na lucidez demente do pensar.
Eu te pressinto na imensidão,
no azul que da cor ao infinito,
nos momentos frágeis da solidão
e na simples paz de estar comigo.
Descubro-te vivaz,
no burburinho da chuva que insiste em cair,
no sorriso que surge fácil e inexperiente
em cima de ódios,
incapazes de violentar a paz.
Me encontro em pleno ardor,
quando deixo minh’alma, lassa,
espreguiçar seu êxtase
e suspirar seu deleite
nos braços tenros do amor.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ir além



Nunca desabe na mesmice,
seja o novo que deseja para seus dias.

Junte as pedras que achar pela estrada da vida,
crie seu próprio caminho.

Se lhe disseram que o mundo é um circo, talvez estejam certos.
Então seja um pouco palhaço de vez em quando.

Sempre sorria
e faça os outros sorrirem!

Descubra teus limites
e descubra, principalmente, como ultrapassá-los.

Não pense que os anos voam,
aproveite a experiência de viver cada novo instante.

Mostre aos anseios, seu tamanho,
pois eles se acovardarão quando o conhecerem.

Lute contra os preconceitos,
principalmente contra os seus.

Saiba cultivar e,
principalmente, cativar, suas amizades.

Brinque com crianças.
Brinque como criança.

Não tenha vergonha de expressar seus sentimentos,
pois só sente quem é humano.

Seja forte e firme,
mas também maleável.

Aprecie os fatos por mais de um ângulo,
pois o belo pode estar n’outro lado.

Reconheça seus erros e saiba pedir perdão,
pois quem pede é tão divino quanto quem dá.

Nunca desista,
viver é persistir.

Guarde as coisas boas,
jogue fora as ruins.

O segredo é não se acomodar,
pois nem o planeta para.

Ame,
acima de qualquer coisa.

Quando encontrar alguém que te mereça,
entregue-se.

Não seja um mero expectador,
seja o autor.