terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ágape

Permaneço inerte...
Em meio a dezenas de conflitos e dúvidas.

Será que estou no lugar certo?
Porém, à minha frente, caminhos demasiadamente longos.
A dúvida maltrata até mesmo quem possui certezas.

A necessidade de companhia pode ser dolorosa
ou até mesmo um alento.

Como tudo na vida, depende dos olhos de quem vê.
Caminhos não se diminuem quando pisados a quatro pés.
Todavia, podem se tornar mais rápidos e prazerosos.

Então olho ao meu redor, cego-me às confusões
e lembro de que quem já me deu a mão.

O verdadeiro sentimento não é descartável,
desconhecido só é seu tamanho.
O que é sincero não se mede, não tem limites, não tem fim.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Conversa de teclas batidas


Uma conversa que se desenvolveu a partir da simples troca de caracteres no twitter entre mim e a fantástica Layla (http://doqueeuprecisoelembrar.blogspot.com/)




JR. - As coisas vão acontecendo...
L. – Ou não.
JR. – Vão... a vida é dinâmica! às vezes inertes são os corações...
L. - Talvez? Estou tendo quase certeza.
JR. - Ela se move... talvez você que queira ficar parada!
L. - Nem é. Pode ser mais um caso de não ser a hora.

A vida no seu curso natural, de forma automática, se move! Muitas vezes pensamos que ela está parada, mas na realidade, nós que nos mantemos congelados. Tudo roda à nossa volta, fatos acontecem, mas face nossa passividade, pensamos que tudo está quieto. Esperamos que nossa hora chegue, mas acabamos por esquecer que somos parte de sua engrenagem.

L. - Isso me leva a indagar o por quê de gastar todas as fichas por algo que não tem certeza que o deseja?
JR. - Porquê os desafios são o combustível que faz a vida se mover.
JR. - De nada adiantaria vivermos num mundo de eternas certezas, de facilidade, se o q torna tudo gostoso é a dúvida, a conquista.

A vida é um jogo? O maior dos desafios? A vida têm pitadas de vários temperos. Estamos cercados de eternas dúvidas. Alguns podem vê-las como mera forma de sofrimento, mas não são. As dúvidas nos fazem pensar, aceitar desafios, nos movem, nos colocam no ritmo da engrenagem da vida. O que torna tudo prazeroso é termos a única certeza de que somente nossas ações ou omissões são a causa de nossa felicidade. Lançamos-nos ao maior desafio de todos que é a conquista de um amor verdadeiro, sem a certeza da obtenção de sucesso e da reciprocidade, mas com a esperança da vitória e consequentemente a felicidade.

L. - Mas será incerteza e conquista real, quando o indivíduo possui o sentimento, e não assume, por achar que pode viver diferente?
JR. - A vida nos oferta opções. Alguns optam por amar cegamente, outros, por sofrer de olhos abertos.

Como tudo que nos é ofertado pela vida, ficar inerte, também é uma opção. Talvez pelo fato de não ter vivido um amor puro ou uma paixão aconchegante, as pessoas têm medo de amar. Como que por um instinto natural caem no grave erro de generalizar, esquecendo-se que vivem num mundo de diferenças, peculiaridades, heterogeneidade de personalidades. Não enxergam a chance de ser feliz, que se encontra à sua frente, tudo por conta de erros ou angustias passadas, modeladas pelo tempo, que acabam cessando qualquer possibilidade de felicidades presentes e futuras.
L. - E eu nessa de ser clara demais, objetiva, sinto que desaprendi os vacilos do amor. Meio que sequei.
JR. - Ele não assume o sentimento por estar envolto nessas incertezas, de tal forma, q pensa ser a conquista algo inalcansável
L. - E porque pensar dessa forma, uma vez que me permitir ser alcançada. Sabe-se, o que sei agora, decidido, é que não quero mais.
JR. - E você foi clara na construção dessa ponte? Normalmente as mulheres são incógnitas, não tão diretas e objetivas
L. - Fui clara. Claríssima.

Pelo medo de se deixar levar pelos sentimentos, algumas pessoas preferem se lançar ao fundo de um poço, fazendo dali seu mundo, seu esconderijo, onde não podem ser alcançadas. Quando alguém joga uma corda ou tenta estender uma mão, criar um vínculo, traze-la para si, ele a ignora, prefere se manter no escuro, longe de tudo, pensa ser esta a melhor opção, mas não o é...

L. - O meu problema é. Urgência. Sou urgente. Quero o meu tempo apenas. Isso atrapalha. Tanto que 'des' gosto com imensa facilidade.
JR. – Bem vinda ao clube!
 JR. - Eu acabo sofrendo muitas vezes por ser objetivo, direto e além do q tb sofro por ser adepto do Imediato!
 L. - Para que viver etapas, se o objetivo não é comum? Falta-se sinceridade. Por isso, sofre-se diariamente por amores inexistentes.
 JR. - Pensando bem.. talvez esse modo imediato não seja tão bom, como não o é a demora. Achar este meio termo q é difícil..
 L. - Vivemos sonhando com o senso comum, mas pense, esse senso comum seria tedioso e não nos daria motivos para escrever.
JR. - Fantástico! Sonhamos com amores perfeitos, mas se todos o fossem, Romeu e Julieta seriam mais caso banal e Shakespeare mais um bêbado!



A inspiração, a co-autoria, a companhia ímpar, a inteligência, a beleza e inúmeros outros adjetivos cabem à Layla

A imagem é de autoria do meu irmão, artista gráfico, fotógrafo, escritor e fabricante de pinholes: Luíç Caixote

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Aos meus amigos

Tenho várias dúvidas, mas pelo menos uma certeza: Meus amigos são especiais.

Quem sabe seja alguma lei da física, da atração, talvez mérito, ou acaso, até sorte mesmo, fato é que a vida sempre foi absolutamente generosa comigo.

Diariamente, desde que me entendo por gente, recebo presentes grandiosos da vida. Grandes alegrias, pessoas incríveis, acontecimentos melhores ainda, trabalho, saúde, família, está tudo aqui, dentro da minha doce rotina... A vida me faz sorri na maior parte dos dias, e eu tento retribuir. Porém, de todos esses presentes que recebo, quiçá o mais valioso e inacreditável deles, sejam os meus amigos. A dedicação e a lealdade de uma amizade, seja ela nova ou antiga, me surpreende, incessantemente, todos os dias.

O fato de ter amigos é algo que mesmo com o passar do tempo se torna tão natural que sequer notamos, percebemos, e algumas vezes nem valorizamos como deveria. Não canso de surpreender-me vendo quando alguém, que a princípio é um estranho, dedica-se aos meus problemas e anseios, de sua atenção e carinho, sem nenhuma explicação aparente, que não seja simplesmente amizade.

Amizade... Essa coisa sem muita lógica, que é mais uma nobreza de espírito, um altruísmo, um otimismo, uma esperança no outro, uma fé nas pessoas, uma crença tão rara que me encanta, a cada novo dia. A cada telefonema, a cada e-mail respondido, a cada palavra de apoio...

Queria um dia poder dizer a eles da minha surpresa e do mesmo tempo da minha angústia. Sim, pois o fato de ter grandes amigos, como os que estão em volta de mim, também causa uma eterna angústia, soterrada em algum canto de quem sabe que jamais conseguirá retribuir-lhes à altura. Vivo, embora grato, com uma permanente sensação de ser ingrato. Uma permanente sensação de falta, como se sempre faltasse algo por fazer ou por dizer, para que eles soubessem, enfim, o quanto os reconheço e os amo, também incondicionalmente.

Talvez por isso, redigo estas linhas. Por isso, grito ao mundo a sorte que tenho. Talvez por isso me esforce para ser feliz, ainda nos momentos em que a generosidade vacila e, sobretudo por isso, digo obrigado tantas vezes quanto puder, mas sei que ainda não é suficiente.

Se fossem as minhas escolhas erradas, meu trabalho e minhas maiores dores que tivessem trazido a mim as pessoas que me rodeiam, todas elas; certamente eu desejaria viver uma vez mais para sentir a pequena aflição, porém enorme alegria que só quem tem verdadeiros amigos pode se dar ao luxo de sentir.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O surgimento de uma obra de arte


 
Dois ícones da literatura/música do nosso país foram os responsáveis por uma das mais belas letras da Música Popular Brasileira. Toda a construção da música “Valsinha” é revelada por uma troca de cartas entre os dois mitos. As mesmas foram cedidas por Chico Buarque a Caique Boatkay, autor do livro “Achados”, que trata de alguns textos curiosos.

Achei tão interessante, que me senti obrigado a publicá-las em meu Blog. É fantástica a forma como eles trabalham as letras, o construir, a arte. É de uma facilidade e visível simplicidade, misturadas à genialidade.



DE VINÍCIUS DE MORAES PARA CHICO BUARQUE
Mar del Plata, 24 de janeiro de 1971.

Chiquérrimo, 

Dei uma apertada linda na sua letra, depois que você partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três idéias que tive. Mandei-a em carta a você, mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo, me disse que Sérgio [Buarque de Hollanda] morava em Buri, 11, e lá se foi a carta para Buri, 11.

Mas, como você me disse no telefone que não tinha recebido, estou mandando outra para ver se você concorda com as modificações feitas. Claro que a letra é sua, e eu nada mais fiz que dar uma aparafusada geral. Às vezes o cara de fora vê melhor essas coisas.

Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de "Valsa hippie", porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antigona. Que é que você acha? O pessoal aqui, no princípio, estranhou um pouco, mas depois se amarrou na idéia. Escreva logo, dizendo o que você achou.
 
"Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito mais quente do que comumente costumava olhar
E não falou mal da poesia como mania sua de falar
E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse: vamos nos amar...  
Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar
E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto esperar 
Depois os dois deram-se os braços como a gente antiga costumava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a bailar...
E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou
E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou. 
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz".


DE CHICO BUARQUE PARA VINÍCIUS DE MORAES

Caro poeta,

Recebi as duas cartas e fiquei meio embananado. É que eu já estava cantando aquela letra, com hiato e tudo, gostando e me acostumando a ela. Também porque, como você já sabe, o público tem recebido a valsinha com o maior entusiasmo, pedindo bis e tudo. Sem exagero, ela é o ponto alto do show, junto com o "Apesar de você". Então dá um certo medo de mudar demais. Enfim, a música é sua e a discussão continua aberta. Vou tentar defender, por pontos, a minha opinião. Estude o meu caso, exponha-o a Toquinho e Gesse, e se não gostar foda-se, ou fodo-me eu.

"Valsa hippie" é um título forte. É bonito, mas pode parecer forçação de barra, com tudo que há de hippie por aí. "Valsa hippie" ligado à filosofia hippie como você a ligou, é um título perfeito. Mas hippie, para o grande público, já deixou de ser filosofia para ser a moda pra frente de se usar roupa e cabelo. Aí já não tem nada a ver. Pela mesma razão eu prefiro que o nosso personagem xingue ou, mais delicado, maldiga a vida, em vez de falar mal da poesia. A sua solução é mais bonita e completa, mas eu acho que ela diminui o efeito do que se segue. Esse homem da primeira estrofe é o anti-hippy. Acho mesmo que ele nunca soube o que é poesia. É bancário e está com o saco cheio e está sempre mandando sua mulher à merda. Quer dizer, neste dia ele chegou diferente, não maldisse (ou "xingou" mesmo) a vida tanto e convidou-a pra rodar.

"Convidou-a pra rodar" eu gosto muito, poeta, deixa ficar. Rodar que é dar um passeio e é dançar. Depois eu acho que, se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense do vestido no armário e a tesão da trepada final. "Pra seu grande espanto", você tem razão, é melhor que "para seu espanto". Só que eu esqueci que ia por itens.
Vamos lá:
* Apesar do Orestes (vestido de dourado é lindo), eu gosto muito do som do vestido decotado. É gostoso de cantar vestidodecotado. E para ficar dourado, o vestido fica com o acento tendendo para a primeira sílaba. Não chega a ser um acento, mas é quase. Esse verso é, aliás, o que mais agrada, em geral. E eu também gosto do decotado ligado ao "ousar" que ela não queria por causa do marido chato e quadrado. Escuta, ô poeta, não leva a mal a minha impertinência, mas você precisava estar aqui para ver como a  turma gosta, e o jeito dela gostar dessa valsa, assim à primeira vista. É por isso que estou puxando a sardinha mais para o lado da minha letra, que é mais simplória, do que pelas suas modificações que, enriquecendo os versos, talvez dificultem um pouco a compreensão imediata. E essa valsinha tem um apelo popular que nós não suspeitávamos.
* Ainda baseado no argumento acima, prefiro o "abraçar" ao "bailar". Em suma, eu não mexeria na segunda estrofe.
* A terceira é a que mais me preocupa. Você está certo quanto ao "o mundo" em vez de "a gente". Ah, voltando à estrofe anterior, gostei do último versos onde você diz "e cheios de ternura e graça" em vez de "e foram-se cheios de graça". Agora, estou pensando em retomar uma idéia anterior, quando eu pensava em colocá-los em estado de graça. Aproveitando a sua ternura, poderíamos fazer "Em estado de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar". Só tem o probleminha da junção "em-estado", o "em-e" numa sílaba só. Que é o mesmo problema do "começaram-a". Mas você mesmo disse que o probleminha desaparece dependendo da maneira de se cantar. E eu tenho cantado "começaram a se abraçar" sem maiores danos. Enfim, veja aí o que você acha de tudo isso, desculpe a encheção de saco e responda urgente.
* Há um outro problema: o pessoal do MPB-4 está querendo gravar essa valsa na marra. Eu disse que depende de sua autorização e eles estão aqui esperando. Eu também gostaria de gravar, se o senhor me permitisse, por que deu bolo com o "Apesar de você", tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro. É claro que não vendeu tanto quanto a "Tonga", mas a "Banda" vendeu mais que o disco do Toquinho solando "Primavera". Dê um abraço na Gesse, um beijo no Toquinho e peça à Silvana para mandar notícias sobre shows etc. Vou escrever a letra como me parece melhor. Veja aí e, se for o caso, enfie-a no ralo da banheira ou noutro buraco que você tiver à mão.
 
"Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar 
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz."

Fonte: www.redacaocriativa.com.br

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Simplificar

Talvez a maneira mais fácil de encontrar felicidade é simplificar. A real formosura dos sentimentos sempre estará escondida na brandura de palavras e atos. Sentimentos não são complexos, são singelos, o ser humano que tem a mania de querer dificultar, sofrer, esconde-los, onde nem mesmo o próprio dono pode vê-los, quanto mais vivenciá-los.A construção dessa máscara de complexidade é intrínseca a nós.

Pecamos pelo excesso de expectativa que depositamos nas pessoas, acabamos por esquecer que cada um tem seu ritmo, sua visão de vida, sua individualidade, sua forma de viver. Exigimos muito dos outros e em grande parte das vezes, de nós mesmos, em uma intensidade maior, sufocante.

Lutamos pelo imediatismo e esquecemos que toda relação é construída aos poucos. A partir disso entramos em uma série de conflitos, especulações desnecessárias, onde desgastamos a nós mesmos e a outras pessoas. Não existe casa que dure sem um alicerce bem trabalhado, tampouco uma vida feliz que o perdure.

Fuja do egoísmo, da dúvida, eles são antônimos de felicidade! Leve a vida de uma forma mais calma, valorizando quem merece, respeitando-o. Não busque amar alguém por algo que está estampado na cara, ame-o pelas pequenas coisas, que somente você pode ver.

Amar é uma arte. Não possível somente aos artistas, mas sim, a todo ser vivente. Ser capaz de amar é ter ânimo de assumir riscos e cultivar a singular maneira salutar de responder ao problema de existência humana. Crer na probabilidade do amor, também como fenômeno social, é a fé coerente alicerçada na compreensão da verdadeira natureza do homem.

Ode à verdade! Não viva sob mentiras. Desvende mistérios! Explore caminhos! Simplifique! Isso é dar eternidade a simplicidade, beleza ao amor, respostas à falta de inspiração e, talvez, traga ao encontro alguém que realmente nos faça bem e crer que tudo vale a pena.

domingo, 3 de abril de 2011

Tudo poderia ser diferente...

Certamente o seria se conseguíssemos fugir da grave doença que é o egoísmo coletivo. Cada um criando seu próprio mundo e se escondendo atrás de grandes ilusões e verdades programadas, seguindo rotinas medíocres, que quase nada acrescentam, nem a si mesmo, nem aos outros. Por que algumas pessoas têm a mania de fazer sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito, como se fossem donas do tempo e únicos habitantes do mundo? Não se permitem viver novidades e nem dão oportunidades a quem talvez as merecesse. Não consentem que o nascer do sol traga consigo um novo dia verdadeiro, e não a mera repetição de dias anteriores.

Desde que nascemos aprendemos que a vida é um ciclo, com início, meio e fim, marcada por inúmeras  mudanças. Se todos têm consciência disso, por que tanta resistência em alterar escolhas?

O mundo tem nos proporcionado uma vida corrida e até certo ponto maluca, onde diariamente “trombamos” com inúmeros rostos anônimos, que muitas vezes, por conta do orgulho, são ignorados como se fossem brilhos de simples coisas inanimadas passando em frente a nossos olhos. Algumas pessoas perdem  a chance de compartilhar histórias de vida, aprender com experiências totalmente diferentes de suas realidades. Um simples sorriso, distribuído de forma gratuita, poderia proporcionar uma grande felicidade à outra pessoa, pois ele sempre carrega uma mensagem positiva.

Têm se visto uma desvalorização da palavra e da pessoa. Dizem cada vez mais inverdades, pronunciam o que realmente não queriam, falam por falar. As palavras são impregnadas pela vaidade e falsidade do locutor. Tratam as pessoas como se fossem objetos, nunca valorizam o que de bom elas causam, é tudo um jogo de interesse, enquanto servem são consumidas, depois disso são descartadas. Por que a dificuldade em valorizar quem lhe faz bem, ajuda, se preocupa e é amigo? Desperdiçam a chance de estilhaçar a casca da vaidade e exalar bons sentimentos através de sorrisos, pensamentos e boas ações.

Até quando existirão pessoas agindo de maneira tão individualista e descomprometida? Como se suas ações não fossem mais que ações. Que seriam únicas. Que suas más atitudes não trouxessem tristeza aos outros. Seria insano pensar que suas atitudes não têm a força de influenciar o mundo. Devemos lembrar que: "Não somos nada além de mais um tijolo em uma grande parede".

domingo, 20 de março de 2011

Viver a vida


A vida é extremamente dinâmica, na fração de segundo que gastamos num simples piscar de olhos somos surpreendidos por mudanças e notícias, algumas ao bem da verdade, ruins. Quem nunca achou um bilhetinho mal-humorado, aturou gestos bruscos de quem tanto ama ou teve seu sono interrompido por um telefonema nada agradável?

Constantemente somos surpreendidos por acontecimentos que modificam nossas vidas, e até mesmo pelos sentimentos que mudam em nós mesmos e nos outros.

Paremos para pensar e vejamos a quantidade de coisas que antes não percebíamos e que atualmente nos incomodam.

 Algumas até que aprendemos a tolerar...
          
Temos que nos adaptar, lidar com as adversidades, superar todos obstáculos e  erros – e a aprender com eles. Aprender a valorizar o que temos – não ficar desejando o impossível e improvável–, reconhecer que a vida não será sempre um mar sereno e que ela sem problemas correria o risco de ficar excessivamente monótona.

A vida, ao modo mineiro, segue seu rumo, sempre em constante e silenciosa mudança. Nada permanece inerte.

Em um dado momento, começaremos a aprender como conviver com a ansiedade,  cessaremos as antes intermináveis brigas com o tempo, passaremos a abraçá-lo e tê-lo como um bom amigo. Diminuiremos a cobrança em cima dos outros e em nós mesmos. Depois de sofrer e muito apanhar, descobriremos que afeições se cultivam e que a ternura só nasce quando nosso interior é motivado.

O tempo antes nosso inimigo, vai ensinando que perdas e ganhos fazem parte de nossos caminhos e que todos precisam de momentos de solidão e silêncio para relaxar, pensar, descansar, rever roteiros...

Pois, graças ao “viver cada dia”, acabamos por aprender que na vida nada permanece igual, sempre somos convidados a aceitar o novo, recomeçar, abrir mão, abrir o coração e deixar fluir...

terça-feira, 8 de março de 2011

Os dez melhores filmes que já vi!


Vou tentar fugir um pouco da literatura e me aventurar por outros caminhos, não tão distantes, ao bem da verdade. A minha primeira parada será na sétima arte!

O gostoso das manifestações artísticas é que, muitas vezes, elas se completam, andam juntas e encantam de um modo coletivo.

Atualmente a “Academia” premia os roteiros originais e os adaptados. Por incrível que pareça, alguns roteiristas conseguem estragar grandes obras com adaptações terríveis para a grande tela. Outros conseguem, mesmo com alterações, manter a essência e a qualidade, homenageando de uma bela forma, o verdadeiro genitor da história.

Também devemos elevar os produtores de roteiro originais, que com sua criatividade nos permitem fugir de nossas realidades, por alguns momentos, e adentrar no seu mundo de fantasia.

Fui desafiado pela Regina e listo aqui os dez melhores filmes que já vi até hoje! Tenho que admitir, não foi uma missão fácil, posso ter esquecido algum ou ter invertido algumas posições nesse ranking. Sou fanático por filmes, vejo muitos e mesmo que fosse uma lista de 50 poderia faltar algum. Mas vamos lá! Falo um pouco sobre cada um, mas sem “spoilers”, para não estragar o deleite do leitor.


10 – O Sexto Sentido

“I see dead people”

Impossível não ficar fascinado com este filme, um “horror psicológico” que nos prende. O final é fantástico! Somos pegos de surpresa e obrigados a assistir novamente o filme, para ver se a construção é verossímil.



9 – Cidadão Kane


Um clássico de Orson Welles! Um filme antigo, mas com enquadramentos de câmera bem modernos, uma verdadeira escola!
Charles Foster Kane, de menino pobre a magnata do jornalismo. Mostra um possível lado obscuro do jornalismo, uma atividade formadora de opinião e que pode manipular notícias e a mente das pessoas. Reserva um mistério interessante para o final...



8 – Trilogia "O Senhor dos Anéis"

Permitam-me considerar toda a Trilogia. Qual pessoa em sã consciência que viu os filmes, sem conhecer os livros, que não foi tentado a compra-los? J.R.R. Tolkien através de Peter Jackson nos vêem com uma história incrível! Um marco para o cinema e o ressurgimento dos boas histórias continuadas, “capítulos” de uma saga que sempre nos deixavam com um gosto de “quero mais”. E o gosto continua na boca, será que “O Hobbit” nos adoçará mais uma vez?



7 – Amnésia

Um filme que me fez ser fã de Christopher Nolan, escrito e dirigido por ele, baseado num conto do seu irmão. Ele anda se especializando em filmes que nos desafiam. A jogada da variação de cenas em preto e branco e coloridas é sensacional, usada em outras obras, como em “Johnny Vai à Guerra”, a mim apresentado pela “desafiante” Regina.




6 – A Lista de Schindler


A infeliz Segunda Guerra Mundial é um celeiro para grandes filmes e histórias emocionantes. A direção fica a cargo de Steven Spielberg. A jogada de cores é usada de forma brilhante. O filme é sobre a história de um checo, Oskar Schindler, que contratou judeus para trabalharem em sua fábrica e assim salvou um grande número de vidas durante o holocausto.






5 – Seven (Se7en)



Um filme intrigante, que nos prende, uma investigação policial de crimes baseados nos pecados capitais. Uma das obras-primas de David Fincher, uma aula de direção e inovações!





4 – Casablanca




Um dos melhores filmes de todos os tempos! Baseado numa peça teatral, um romance em preto e branco clássico.





3 – Psicose



Duvido que exista uma cena mais repetida do que a do banho. Alfred Hitchcock! Precisa dizer mais alguma coisa?




2 – Trilogia "O Poderoso Chefão"

"I´m gonna make him an offer he can´t refuse"

Mais uma trilogia sensacional, baseada na obra de Mario Puzo. Muito interessante a construção da história, com atuações fantásticas de Marlon Brando e Al Pacino. Depois de dirigir esse filme, Francis Ford Coppola não precisava fazer mais nada. Não se esqueçam “Mantenha seus amigos por perto, seus inimigos mais ainda.”




1 – A Laranja Mecânica

Isso mesmo meus caros “droogs”!

Stanley Kubrick dirige uma obra que marcou uma época e atrai cada vez mais fãs, apesar do passar do tempo. Alex vê seu grupo de jovens “delinqüentes” crescer cada vez mais. O filme nos remete a um ambiente amedrontado e atormentado. As palavras criadas por eles ficam no nosso vocabulário e em nosso “gulliver”.

Não é somente uma obra de arte, mas também uma história que nos mostra como são formadas as gangues e seus comportamentos violentos sem explicação aparente.