segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mentiras


Desde o simples marchar sob o romper da aurora,
até o adormecer da lua,
minha boca sempre irá nega-las
e meus ouvidos eternamente irão fugir.

Em algumas pessoas, encontro-as estagnadas,
nunca são capazes de correr e vencer...
Sei quando são ditas! Seu fel não permite o adocicar de uma verdade.
Mentiras são inertes e inférteis! Não cabem, tolices incabíveis!

É certa sua presença nas relações diárias,
frutos de um vício, da vaidade, da carência,
ou seria uma simples fraqueza?
Talvez, um pouco de cada, ou por tudo e por tão pouco.

A partir de minha vivência e da convivência,
aprendi que são desnecessárias, causadoras de mágoas...
Mostremos nossas caras limpas,
como sinal de um coração puro.

Quero a verdade sempre presente,
Por seu conforto e por sua companheira: paz de espírito.
A vida é de verdade!
Aprecio mais as duras verdades, do que as cômodas mentiras.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sentimentos...


Por mais que tentarmos não há como fugir de certos sentimentos. Lentamente eles entram pelas frestas das janelas e portas, se enroscam nos pés da cama e se entrelaçam em nossos corpos enquanto dormimos. Eles chegam sem ruídos, nos contaminam em silêncio e quando nos damos conta, é tarde e ele já está ali existindo dentro de nós. E agora?

Devemos nos comportar como jardineiros em relação a alguns sentimentos, temos que cuidar deles como se flores raras fossem. É preciso ter mãos suaves ao tocá-los, porque são frágeis. Assim, é o amor, a confiança... Sentimentos que uma vez partidos, não voltam mais ao normal. São sentimentos que colados não servem mais, tampouco para enfeite ou simples uso.

Mas outros sentimentos vão existir eternamente em silêncio, dolorosamente dentro de nós, que aflorarão, vez por outra, como fenômenos naturais. Sentimentos que arrancam da cama no meio da madrugada para revirar velhos álbuns de retrato. Sentimentos vampiros que se alimentam de lágrimas para viver. Assim é a saudade, por exemplo.

Existem alguns que devemos ficar atentos. São sentimentos que chegam minando o corpo, escurecendo a alma, são gementes, que trazem dor, que ferem em silêncio e causam doenças. Esses devem ser podados e se possível, arrancados pela raiz. São assim a mágoa, a raiva, a solidão...

E há os sentimentos que aparentemente são descartáveis, que só nos damos conta de sua existência quando ele não está ali. E de repente a gente suspira baixinho e diz: “Tem algo faltando aqui”. São sentimentos que fortalecem outros sentimento, que nem fazem questão de aparecer, só querem estar ali de mãos dadas com aquele outro. Por exemplo, o amor e a cumplicidade, a amizade e a lealdade, a tristeza e a desesperança...

Como andam meus sentimentos? Tinha uma dor aqui no peito. E não sabia bem o que era. Então, me dei conta de que estava tudo uma bagunça só. Todos os sentimentos virados e revirados. Meus sentimentos pediam socorro dentro do meu peito num grito de dor que não se calou a noite inteira. Me pus por horas a arrumar a casa, a deixá-la harmoniosa novamente, colocando cada sentimento em seu lugar, jogando fora os que não valiam mais a pena e polindo aqueles que quero levar comigo. Cheguei no início dessa manhã bem cansado por conta da noite em claro, mas cheguei ao início dessa manhã de pé e com o melhor dos sentimentos reinando em mim. É! Eu, hoje, amanheci em paz.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Felicidade


Avisto-te no brotar da aurora,
no eterno aroma do agora
e no sabor incerto do futuro.
Descubro-te entre a lamúria,
nas desbotadas cores do isolamento,
no silêncio da música que me nutri,
na lucidez demente do pensar.
Percebo-te na imensidão,
no tom azul que da cor ao infinito,
nos momentos delicados da solidão
e na simples paz de estar comigo.
Descubro-te vivaz,
no burburinho da garoa que insiste em cair,
no sorriso que surge simples e inexperiente
em cima de ódios,
incapazes de deflorar a paz.
Me encontro em inteiro ardor,
quando deixo minh’alma, relaxada,
espreguiçar seu êxtase
e suspirar seu deleite,
nos braços macios
e aconchegantes do amor.