O livro “Cristianismo Puro e
Simples” de C.S. Lewis teve seu conteúdo exposto inicialmente em suas palestras
transmitidas em programas de rádio durante a II Guerra Mundial. O autor buscou
curar os corações através de histórias, num mundo que perdera a sanidade,
graças à própria crueldade humana.
O autor pondera que
intencionalmente não oferecerá qualquer espécie de ajuda a quem esteja indeciso
entre duas denominações cristãs. Proclama-se seguidor da Igreja Anglicana, mas
em nenhum momento deseja promover qualquer espécie de conversão. De forma
acertada, defende a fé comum dos cristãos.
O desnecessário confronto de
teses religiosas, conforme entendimento de Lewis impede que as pessoas
ingressem em alguma comunidade cristã. As
religiões que deveriam se atentar somente a salvar almas, tem encontrado na intolerância,
motivo para guerrear.
Acertadamente e de forma
intencional, Lewis se cala sobre pontos controversos. Todos tem uma opinião,
mas ele mostra que o silêncio em determinados momentos também é uma forma
respeito.
Inicialmente o autor destaca a sua
concepção de Lei da Natureza Humana, a regra do certo e do errado, chamada
também de Lei Natural. Como os corpos são regidos pela lei da gravitação, e os
organismos pelas leis da biologia, assim também o ser humano possui uma lei
própria. Enquanto aos organismos é vedada qualquer forma de escolha, ao homem é
fornecida esta liberdade.
O ser humano está adstrito a
diversas leis, como exemplo tem-se a gravitação, que sendo desobedecida o
levará a ficar suspenso no ar, sem apoio e fatalmente cairá como uma pedra. O
homem não pode desobedecer as leis que tem em comum com outros seres, mas
somente aquela que o norteia de forma individual: a Lei Natural.
Todos sabem diferenciar o certo
do errado, mas por diversas vezes, teimam em agir de forma errada.
O Ser humano, em qualquer parte
do mundo, tem noção de que deve seguir a Lei Natural, comportando-se de uma
maneira correta, mas na prática insiste em transgredir essa premissa.
Para Lewis, a Lei Moral não é
um instinto particular ou complexo de instintos, é como um maestro que, regendo
os instintos, define a melodia que chamamos de bondade ou boa conduta. Existe
um Algo ou um Alguém por trás desta Lei Moral.
O Cristianismo leva as pessoas
a se arrependerem e promete-lhes o perdão. Ele nada tem a dizer àquelas pessoas
que não tem consciência de terem feito algo de que devam se arrepender e que
não sentem a urgência de serem perdoadas. O Cristianismo foi feito para os
humildes.
Quando nos damos conta da
existência de uma Lei Moral, de um grande Poder por trás dela, e a infringimos,
ficamos em dívida com esse Poder. A partir daí o cristianismo começa a falar
nossa língua.
Se você é cristão, está livre
para pensar que todas as religiões, mesmo as mais estranhas, possuem pelo menos
um fundo de verdade.
A religião se espelha na guerra
e em outros assuntos, quando mostra que o consolo é a única coisa que não pode
ser alcançada é buscada diretamente. É inútil tentar obter o consolo sem antes
enfrentar a consternação.
Para Lewis, existem quatro
virtudes “cardeais” (prudência, temperança, justiça e fortaleza) e três “teológicas”(fé,
esperança e caridade).
Deus concebeu a máquina humana
para ser movida por Ele mesmo. Deus é o combustível que nosso espírito deve
queimar, ou o alimento do qual o homem deve se alimentar. Deus não pode nos dar
uma paz ou uma felicidade diferentes Dele mesmo, pois fora Dele elas não se
encontram.
Para Lewis, o grande pecado é o
orgulho. Não existe nenhum outro defeito que torne alguém tão repugnante como
ele. O orgulho leva a todos os outros vícios; é o estado mental mais distante a
Deus. Ele é a causa principal da infelicidade, significada inimizade. E não é
só inimizade entre homens, mas também entre um homem e Deus. O orgulho é um
câncer espiritual, corrói qualquer possibilidade do Ser conhecer o amor, a
felicidade, o contentamento e até mesmo o bom senso. Afaste-se de pessoas
orgulhosas, busque as puras de coração e que lhe tratam bem.
A virtude oposta ao orgulho na
moral cristã é a humildade. O primeiro passo para adquiri-la é reconhecer o
próprio orgulho.
Para Lewis devemos abdicar do
orgulho humano, pois se buscarmos a nós mesmos, no fim só encontraremos o ódio,
a solidão, o desespero, a fúria, a ruína e a podridão. Porem, se buscarmos a
Cristo, o encontraremos; e, junto a com ele, encontraremos todas as coisas.